MÃE LUZIA, UMA DAS PRIMEIRAS PARTEIRAS DE MACAPÁ
Ela foi uma das primeiras parteiras da fase
territorial do Amapá. Filha de escravos, seu nome cristão era Francisca
Luzia da Silva. Nasceu em Macapá
em 9
de janeiro de 1854, e faleceu em Macapá, aos 100 anos,
em 24 de setembro de 1954. Foi homenageada, dando seu nome à Maternidade de
Macapá, que passou a se chamar Hospital da Mulher Mãe Luzia. Passou a ser
imortalizada através do poema de Álvaro da Cunha, que diz, numa das estrofes:
“Mãe Luzia! Mãe preta e um coração
Que através dos milagres de ternura
Da mais rudimentar puericultura
Foi o primeiro doutor da região”.
Naquela época, as mãos
e a experiência de Mãe Luzia trouxeram centenas de vida a este pedaço de
Brasil. Ganhou o título de Mãe Luzia do coronel Coriolano Jucá, intendente
(espécie de prefeito) de Macapá em 1895, que convidou-a para trabalhar como
parteira, com remuneração de um salário, da Intendência de Macapá. A alcunha de
“Mãe Luzia” foi dada, carinhosamente, por Coriolano.
Também lavadeira, Mãe Luzia passava boa parte do dia curvada sobre a tina de água, nos coradouros, levantando varais de roupas e os pesados ferros de engomar. Morava no “Formigueiro”, localizado atrás da Igreja de São José, e sempre foi visitada pelas autoridades do Amapá, em busca de conselhos., entre elas o governador Janary Nunes.
Em contrasta com a bata branca, sempre bem engomada, com a qual costumava sair, Mãe Luzia recebia os visitantes vestida nos costumes de seus ancestrais, com os seios expostos e sais rodadas. Inspirou artistas de todas as áreas, que em versos e telas eternizaram sua coragem e dedicação.
Foi casada com Francisco Secundino da Silva, um jovem negro, também filho de escravos, que por força política de Mãe Luzia chegou aos postos de comandante da Guarda Nacional e vereador de Macapá.
Faleceu aos 100 anos, em 24 de
setembro de 1954, e foi sepultada em grande cortejo popular. Seu nome foi dado
à antiga Maternidade de Macapá, inaugurada no dia 13 de setembro de 1953, pelo
ex-governador Janary Nunes.

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