terça-feira, 25 de julho de 2023

SEBASTIÃO MONT'ALVERNE, 7 ANOS DE SAUDADES

A ARTE MUSICAL DE SEBASTIÃO MONT'ALVERNE




          Edgar Rodrigues


          Ele nos deixou em 25 de julho de 2016,, aos 71 anos. Foram décadas dedicadas à cultura musical, com seu violão mágico, e a mente privilegiada desse virtuose instrumental. 


JOSÉ SEBASTIÃO DE MONT’ALVERNE nasceu em Belém (PA), em 19 de março de 1945, faleceu em Macapá, em 25 de julho de 2016.  Filho do fazendeiro José Jucá de Mont’Alverne e da professora Aracy Miranda de Mont’Alverne. Passou a infância na fazenda Redenção, às margens do Rio Araguari, propriedade de seu pai. Foi alfabetizado por sua mãe, com a qual fez todo o ensino fundamental, antigo primário. Aprendeu a tocar de ouvido com o violão de Dona Aracy, um Di Giorgio que ela guardava no guarda-roupa. Tocava escondido; a mãe chegou a proibi-lo, já que ser tocador nos tempos do então Território Federal do Amapá era “coisa de boêmio” e ela queria que o filho estudasse.

Passou a morar em Macapá a partir dos 12 anos. Mas aos nove, o então menino, que tinha fascínio pela música, já era um violonista autodidata. Aprendeu só, mas ouviu muitos conselhos para aprimorar-se, como o do seu tio, Jurandir, que lhe disse para nunca bater nas cordas e sim tocá-las. Se inscreveu no programa “Clube do Gurí”, da Rádio Difusora de Macapá, e fora incentivado pelos irmãos músicos Nonato e Oleno Leal, além de Walter Banhos. Logo o menino estava solando, tornou-se um exímio violonista e entrou para o Regional da emissora, acompanhando cantores na rádio como Miltinho, Rosimary e Walter Bandeira.

Ainda jovem, tocou em Belém, com o cantor Orlando Pereira e a banda The Kings, que se apresentavam nos clubes do Remo, Paysandu e Tuna Luso Brasileira. Também  foi integrante da banda “Os Cometas” (que tinha dona Célia, esposa e mãe de seus filhos como vocalista), que fez muito sucesso no Amapá. Fã do violonista carioca Baden Powell, Sebastião Mont’Alverne fez duo com muitos instrumentistas famosos, entre eles Sebastião Tapajós, Salomão Habib, Paulo Porto Alegre e Nego Nelson.

           Ele e o músico Aimoré Nunes Batista, eram os únicos afinadores de piano do Amapá. Em 1980, ele fez um curso em São Paulo, que o habilitou para a função. Zeca também foi, em 1962, fotógrafo da campanha do ex-governador do Amapá, Janary Nunes, a deputado. Sebastião foi um dos fundadores do “Bar do Gilson”, que reúne a nata dos músicos de Belém. Professor de violão Clássico por cinco anos na Escola Walkíria Lima, chegou ao cargo de diretor. Também dirigiu a Escola de Música Almir Brenha.

          Em 2001, Sebastião participou do projeto “Pedagogia Sabiá”, que ensinava música nas escolas da rede pública. Caboquinho trabalhou também na Universidade Federal do Amapá (Unifap). A Prefeitura de Macapá (PMM) o homenageou, em 2005, com uma Placa, pela grande contribuição à arte e à cultura do Amapá. O Conselho Estadual de Cultura o honrou, em 2008, com a “Medalha à Cultura”, pela sua dedicação à música.





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