A APA (Área de Proteção Ambiental) do rio Curiaú. Tem uma área geográfica de 23 mil
hectares, abrangendo importantes ecossistemas da região como as florestas e
campos de várzeas e o cerrado. Residem atualmente na área cerca de 1.500
pessoas divididas em quatro comunidades - Curiaú de dentro, Curiaú de Fora,
Casa Grande e Curralinho. Para essas pessoas, a preservação da beleza local é
uma questão da beleza local é uma questão também de sobrevivência: é preciso
manter os peixes, as garças e a graça do lugar.
Com o
olhar manso mas desconfiado, os moradores do curiaú lutam para preservar além
da beleza natural da região, a memória dos antigos escravos trazidos no século
XVII para a construção da Fortaleza de São José. Foram eles os formadores dos
pequenos núcleos familiares que originaram a vila do curiaú - antigo quilombo -
e demais comunidades existentes na área. Festeiras, essas comunidades encontraram
na comemoração de datas religiosas uma maneira de preservar a herança afro.
Esculpidas pelo sincretismo religioso, suas comemorações reúnem elementos
profanos - como o batuque e o marabaixo - e religiosos como as ladainhas em
latim, a procissão e a folia. Uma mostra desse sincretismo pode ser vista na
tradicional festa de São Joaquim, escolhidos pelos antigos escravos como
padroeiro do curiaú. Durante dez dias - 9 a 19 de agosto - as comunidades
reúnem-se para cantar sob a benção católica, as ladainhas caindo, pouco depois,
no ritmo quentes dos macacos - tambores feitos de tronco de macacaueiro e couro
de animais silvestres.
A
Vila de Cúriaú, situa-se a 08 Km de Macapá e se lança no Amazonas, localização
esta de fundamental importância histórica.
O negro
está presente na história do Amapá desde o começo da ocupação em meados do
século XVIII. Os primeiros chegaram a região em 1751, Trazidos como escravos
por famílias do rio de janeiro, Pernambuco, Bahia e Maranhão, que vinham povoar
Macapá. Em seguida começaram a ser importados da Guiné Portuguesa,
principalmente para a cultura do arroz. O maior contingente veio a partir de
1765 para a construção da fortaleza. m abril daquele ano, o governo do
Grão-Pará mantinha 177 negros escravos trabalhando no forte. Alguns morreram de
doenças como sarampo e malária e por acidente de trabalho. Outros conseguiram
fugir aventurando-se pelo lago do curiaú. Nessa região o português Manoel
Antônio Miranda mantinha propriedade, na chamada Lagoa de fora e não se
importou de acolher escravos. Também os franceses que procuravam fixar-se na
margem direita do rio Araguari estimulam a formação de quilombos. Em 1862,
quando a população de Macapá era de 2.780 habitantes, os negros escravos
somavam 722, cerca de 25%.



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