Se estivesse vivo, faria hoje 102 anos. Jornalista e escritor, ELFREDO GONSALVES nasceu em Belém do Pará no dia 14 de janeiro de 1922; faleceu em Macapá, em 30 de abril de 2015. Elfredo Távora é um dos filhos do negociante português George Mayer Gonsalves nascido no Brasil, tem muitas histórias para relatar. Mas falar de Elfredo é quase que obrigatório falar de seu ancestral de nome Alfredo Gonçaves, que publicou, em 1932, a obra O VERDADEIRO ELDORADO, em que relata suas andanças pela Amazônia, especialmente na região do Amapá, onde as famílias Távora e Gonsalves estabeleceram seus negócios e formaram as famílias.
Em
represália, Elfredo faz chegar até à comitiva de Costa e Silva, quando de sua
escala em Belém, exemplares da revista Hileia, com denuncias que havia feito no
momento em que foi exonerado da Divisão de Terras e Colonização, DTC, motivo
principal de suas criticas.
Elfredo Távora é uma testemunha viva da história do Território do Amapá
desde a sua criação, em 1943, quando tinha apenas 21 anos, até os dias atuais
do século XXI. Sua trajetória pública foi moldada por um caráter forjado na
formação que recebeu ao longo da vida, em que os valores morais são
sustentáculos vitais que orientam as ações em todos os sentidos. Por isso, nas
páginas que escreveu, além de rememorar alguns episódios pessoais, ele analisa
sua participação na vida política do Amapá, através das lides no antigo PTB e
contextualiza os episódios locais com a situação nacional.
Corajoso, firme em suas convicções, jamais abriu mão de suas ideias e do senso de liberalismo e ética que nortearam sua atuação e que foram sempre reconhecidos por todos. A Folha do Povo, jornal que circulou no período de 1959 a 1964, se contrapunha à liderança de Janary Nunes e seus sectários, denunciando irregularidades do governo.
O saudoso Amaury Farias, seu companheiro de lutas, no livro MEUS MOMENTOS POLITICOS, relatou com minúcias as dificuldades de naquela época imprimir e distribuir um jornal sem qualquer tipo de apoio e sob a constante vigilância policial e de como era quase impossível lançar-se uma candidatura oposicionista. Episódios vividos por Elfredo engrandecem o verdadeiro espírito de luta e idealismo que norteou aquela geração de jovens que sempre almejavam o melhor para esta região brasileira, cujos governos nomeados quase sempre não atendiam aos verdadeiros anseios da população.

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