quinta-feira, 7 de novembro de 2019

BAILIQUE, ARQUIPÉLAGO E DISTRITO MACAPAENSE




Todo arquipélago do Bailique faz parte, atualmente, de um distrito, de mesmo nome, pertencente ao município de Macapá, criado Pela  Lei Estadual nº 931, de 22 de março de 1933. Existe também uma comunidade, de nome Bailique. Ele todo constitui um conjunto de oito ilhas, com 42 comunidades.. Localiza-se a cerca de 185 quilômetros da capital do Estado, por via fluvial. É formado por uma área continental, conhecida como região do Pacuí ou baixo Araguari, além das 8 ilhas. Área: 1.723,5 km2. População estimada em 7.618 habitantes (IBGE 2019).

Ilhas: As ilhas que fazem parte do arquipélago são, Bailique, Brigue, Curuá, Faustino, Franco, Igarapé do Meio, Marinheiro e Parazinho.

Comunidades: Andiroba, Arraiol, Bom Jardim, Buritizal, Cristo Rei, Filadélfia, Foz do Rio Gurijuba, Franco Grande do Bailique, Franquinho, Freguesia do Bailique, Igaçaba, Igarapé do Carneiro,  Igarapé do Meio, Ilha Vitória, Itamatatuba, Jaburuzinho, Jangada, Jaranduba, Limão do Curuá, Livramento do Bailique, Macaco de Fora, Marinheiro do Bailique, Macado de Fora, Marinheiro de Fora, Maúba, Nossa Senhora Aparecida, Ponta da Preta, Retiro do Pirativa, Santo Antonio do  Bailique, São João Batista, São Pedro do Bailique, Vila Cubana, Vila do Maranata, Vila Macedônia e Vila Progresso.



            O vocábulo Bailique é uma mistura do nheengatu (uma espécie de tupi jesuítico), com o karib, e segundo Teodoro Sampaio, significa “O doce (Ique) bailado (Baili, baile) dos pássaros (Illiq). “O doce bailado dos pássaros”.

            As comunidades das respectivas ilhas são: Andiroba, Arraiol, Bom Jardim, Bom Jesus, Brigue, Carneiro, Cristo Rei, Cubana, Curuá, Filadélfia, Foz do Gurijuba, Franquinho, Freguesia do Bailique, Igaçaba, Igarapé do Abacate, Igarapé do Buritizal, Igarapé do Meio, Igarapé dos Macacos (Comunidade de São João Batista), Igarapé Grande do Curuá, Ilha Vitória, Itamatatuba, Jangada, Jaranduba, Junco, Limão do Curuá, Livramento, Mapéua (Deus me Ama), Maranata, Marinheiro de Fora, Maúba, Nossa Senhora Aparecida, Parazinho, Ponta da Esperança, Ponta do Curuá, Praia do Farol, Rio Palmas, Santa Terezinha (Cachaça), Santo Antonio de Fora, São João dos Macacos, São José do Jangadinho, São Pedro, Siriúba,Vila do Mastro, Vila Macedônia e Vila Progresso. Vale ressaltar que constantemente estão sendo criadas novas comunidades, e umas se fundem com outras, formando uma nova, dependendo de fatores como localização, importância econômica e geográfica, além de aspectos culturais.

            A população de todo o arquipélago é estimada em 7 mil habitantes (2000). A base econômica é a pesca, extração de palmito, açaí, mandioca e produção agrícola de mel de abelha e pecuária. Energia elétrica 24 horas. Possui uma rádio comunitária (Rádio Comunitária do Bailique).



         
     Ecossistemas: As Florestas de Várzeas, ecossistemas típicos da região, caracterizam-se por serem periodicamente inundadas pelas marés, abrangendo inúmeras espécies vegetais e animais. As florestas, de um modo geral, representam uma alternativa de sobrevivência para as comunidades locais, que extraem delas açaí, palmito, frutas e madeira (sob o controle rígido da Sema e do Ibama).

            Os Campos de Várzeas são ecossistemas menos conhecidos, que ficam atrás das florestas, nas áreas interiores das ilhas. Também são sujeitos às inundações provocadas pelas marés e chuvas e oferecem alimento a diversas espécies de aves. Nestes ambientes pratica-se a pecuária bovina e bubalina.

            Oss Igarapés cortam as ilhas em todas as direções, levando e trazendo a água das marés. São ecossistemas importantes para o Bailique e é deles que saem muitos dos alimentos das comunidadess, como peixes e camarões.



            Os manguezais são ambientes que aparecem na faixa costeira, no contato com a água salgada. Apesar do mangue no Bailique não ser muito desenvolvido, nem produzir o conhecido caranguejo uca, é local de muita importância na alimentação e reprodução de várias outras espécies.

            Já as praias  que ficam mais expostas quando a maré está baixa, também formam um ecossistema próprio. Nele vivem espécies vegetais e animais característicos com, por exemplo, as tartarugas-da-amazônia que procuram as praias para reproduzir, é o caso das praias da ilha do Parazinho.

            Biodiversidade -  Ninguém sabe exatamente quantas espécies distintas de plantas e animais existem no planeta. As estimativas variam de 10 a 50 milhões, mas até hoje os cientistas só classificaram um milhão e meio de formas diferentes de vida. Florestas tropicais como as do Bailique estão entre os ecossistemas mais ricos do planeta (contém quase a metade de todas as espécies animais e vegetais), mas são também os mais ameaçados.

            Cada ano, 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados no mundo. Com quase 150 mil km2 de superfície, o Amapá destaca-se na conservação de seu meio ambiente e paisagens naturais, sendo que menos de 2% de sua cobertura florestal foi alterado até o momento, sendo assim o Estado mais preservado do país. Na região do Bailique, as florestas abrigam um incalculável número de esxpécies animais e vegetais. Entre os mamíferos da região estão as pacas, cutias, capivaras e macacos e as preguiças. Já entre os mamíferos aquáticos destacam-se o boto, o peixe-boi, que apesar de raro, ainda pode ser observado alimentando-se da vegetação que se forma na parte submersa das praias.

            Entre os répteis destacam-se as tartarugas e camaleões. Diversas espécies de árvores também encontram abrigos nos ecossistemas do arquipélago, como as araras, garças, guarás e outras, além dos peixes, anfíbios, invertebrados e plantas, entre elas, espécies medicinais.

            A região do Bailique já foi assunto, por várias vezes, de edições de jornais, revistas e notícias nacionais e internacionais, por sua características naturais e riquezas de ecossistemas. A integração entre o Bailique e a capital do Estado se faz a partir de embarcações fluviais que singram, diariamente, o trajeto das ilhas, contornando-se sempre pela costa do Amapá.

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